Drama do Tempo

"São as marcas do corpo que modelam nossa alma"  foi o que a minha vizinha de blog me disse esses dias enquanto me dava carona. 

Falávamos sobre o tempo, sobre como ele passa para cada um, como parece não passar para outros. E completou "Algumas coisas você vai entender daqui uns anos, Érica". 

Algumas coisas você entende quando completa cinco anos e vai para a pré escola: que você tem horários, que existem outras crianças que também acham que são donas do mundo e que, o mundo é meio canibal, te engole se você não for esperto.

Aí você se forma no primário e você entende outras coisas: que existe um troço chamado puberdade, que você tem braços misteriosamente grandes demais para o seu corpo, que acne é o fim do mundo e, mesmo com todas as advertências da sua mãe, você mete a unha e acha que todos os problemas do planeta acabarão quando você completar 18 anos, tiver dinheiro e for morar sozinho.

Bem, aos 18 você precisa entrar na faculdade e descobre que, mais do que nunca, você precisa ser esperto, ter coragem, nada de sono e se Deus o abençoou com alguma habilidade e você descobriu isso logo, você agradece um montão. Caso contrário você fica na dúvida. O que fazer? Taí a primeira grande marca. Só você pode decidir isso. 

Depois da escolha feita, você investe, investe e investe. Tempo, dinheiro, vida e... espera. 

A espera é sempre difícil. Quando você tem a sensação de estar correndo numa esteira com um "horizonte" desenhado em um papelão colado á sua frente então... 

E, de repente você para e pensa "meu Deus! já sou adulto, como isso foi acontecer"