Entre tantas paixões...

Que os apaixonados são exagerados, disso todo mundo sabe e ninguém se atreve a duvidar. Eles pensam no outro demais, falam toda hora do fulano (a), escolhem música especial para toque de celular, preferem mil vezes uma olhadinha do amado ao abraço apertado de um amigo. O coração fica acelerado, batendo mais do que deve. Se não tomarmos cuidado suspiramos fundo a ponto de perdermos o ar.

Sim meu caro, estou apaixonada. Só de lembrar ... aaaaiiii....

Fomos apresentado numa tarde de domingo. Na noite anterior, os que já o conheciam falaram muito bem dele, rasgando elogios. Mas como sou cabreira por natureza, decidi esperar o dia seguinte para conferir com meus próprios olhos e, no fundo, no fundo, eu estava pensando “ele deve ser igual a todos os outros”.

Eu já sabia que ele chegaria depois do almoço, então, por mais gulosa que eu seja, tratei de não comer muito, pra não ficar sem disposição. Um minuto antes de ele entrar na sala de jantar tornaram a me avisar “você vai amá-lo Érica, eu tenho certeza”.

Um raio de riso cínico, como quem diz “duvido que vá me surpreender”, iria começar a aparecer no meu rosto quanto dei de cara com ele. Lindo! Estonteante! Formas e tamanho perfeitos! Minha boca encheu d’água, meus olhos brilharam e eu nem pensei em disfarçar, não duvido que eu tenha feito aquela cara de lobo mau ao ver a Chapéuzinho.

Enfim, ele estava à mesa, a anfitriã gentilmente nos apresentou, eu o encarei de novo e suspirei demoradamente. Em algum momento ouvi alguém dizer “Nossa! A Érica come com os olhos...”

Meu Deus! Era difícil não fazê-lo, quase impossível!

Olhei para os que estavam à mesa, respirei fundo e dei a primeira colherada.

Fato consumado. Eu só pensaria nele a partir daquele momento, falaria dele a todos os que eu encontrasse desde então.

E foi assim, à primeira vista, seguida da primeira colherada, que eu me apaixonei perdidamente pelo pudim da dona Noemia... o Pudim dos Namorados.